A propaganda gráfica política, desenvolvida durante as duas guerras mundiais, permitiu projetar uma nova especialidade do desenho gráfico. De um lado, as campanhas oficiais de caráter internacional, que giram em torno de temas sociais e institucionais: o homem e o mundo, a alfabetização, a luta contra a bomba atômica, a contaminação, etc. Naturalmente, nesta área se incluem também as campanhas que não correspondem a organizações oficiais, são grupos localizados em todas as classes sociais, desde organizadores extremistas a movimentos solidários: a energia nuclear, o racismo, a ecologia, a resposta dos jovens americanos contra a guerra do Vietnã, o movimento estudantil brasileiro caras-pintadas, as mães da Praça de Maio da Argentina, as campanhas contra repressão policial, etc ● "A mais poderosa demonstração da eficácia do texto impresso e da fotografia foi produzida em 1970 pela Art Workers Coalition (Coalizão dos Profissionais da Arte) nos Estados Unidos. A uma foto colorida de aldeões vietnamitas massacrados é sobreposto um texto ampliado e toscamente impresso de uma entrevista feita com uma testemunha do massacre, na qual ela fala de suas ordens de forma lacônica: P. Bebês também? R. Bebês também. A foto transmite ao espectador todo o seu horror, um horror enfatizado ainda mais pelas terríveis palavras. No interior das casas, os pôsteres políticos e culturais tornaram-se, além de objeto decorativo, um símbolo de status e compromisso ideológico de seu proprietário. Esses pôsteres estenderam os limites do design gráfico, que não era mais associado apenas a interesses comerciais. Sua produção não dependia da indústria gráfica nem de designers profissionais. O indivíduo podia agora criar a mensagem e controlar seus meios de produção."
© U.G.Sato ( cartaz Non aux essais nucleares) / designer: © Peter Brandt, Foto: © R.L. Haeberle (cartaz de protesto contra a guerra do Vietnã, 1970 / Richard Hollis, Design gráfico, uma história concisa, Martins Fontes, 2001) / Foto: © Esam Al-Fetori (protesto contra ditador Muamar Kadafi, Benghazi, Líbia, 2011)
