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domingo, 18 de setembro de 2011

Feras


Mascote da Simplicissimus, revista fundada em 1896 em Munique, por Thomas Theodore Heine, Albert Langen e um grupo de artistas que incluía Thomas Mann e Hermann Hesse. O buldogue vermelho simbolizava o povo, e o objetivo da Simpl, como ficou conhecida, foi de criticar o governo atacando o facismo e o nazismo. Segundo Steven Heller, escritor e diretor de arte no New York Times: "As autoridades lançaram mão de medidas rigorosas para amordaçar o cão, mas, apesar da censura frequente e das prisões constantes, a revista raramente deixou de circular." La Belle et la Bête (a bela, Josette Day, e a fera, Jean Marais), filme de Jean Cocteau e René Clément, baseado no conto de fadas de Jeanne-Marie Leprince de Beaumont, sobre personagem de aparência monstruosa. O que é interessante, no entanto, é que Cocteau reivindicou roteiro e direção alegando que Clément não foi mais que consultor técnico The Hyena & Other Man, projeto do fotógrafo Sul-Africano Pieter Hugo em que captou a complexa relação entre artistas da Nigéria, resultante da necessidade de sobrevivência econômica, e animais selvagens. Homem e fera em situações de dominação e submissão, amor e crueldade Arcimboldo, Man Ray e Magritte são referências para Günther Kieser, designer de cenários, livros e capas de discos. Kieser soube aproximar-se de imagens criativas e despojadas projetando cartazes de música para feras como The Who, Jimi Hendrix, Dave Brubeck e Frank Zappa. 
© Thomas Theodore Heine (Bulldog, cartaz Simplicissimus ) / La Belle et la Bête, Jean Cocteau, França, 1946 / © Pieter Hugo (Abdullahi Mohammed com Mainasara, Ogere-Remo, Nigéria, 2007 / Fotografia © Pieter Hugo, cortesia de Stevenson, Cidade do Cabo e Joanesburgo e Yossi Milo Gallery, Nova York / Link Pieter Hugo) / © Günther Kieser (cartaz The Who, Munique, 1972)