Páginas

sábado, 5 de outubro de 2019

Fantoches


"Fantoches da Meia Noite é um marco do modernismo gráfico nas artes visuais, com jogos de sombra, de vazios e do espaço exterior da folha. O livro une o ilustrador Di Cavalcanti (1897-1976) ao editor Monteiro Lobato (1882-1948). Fantoches da Meia Noite é como um paradoxo anunciado, posto que em 1917 Monteiro Lobato faria a mais forte resistência à penetração do modernismo no Brasil, ao atacar a exposição de Anita Malfatti (1889-1964), 'Paranóia ou mistificação?', enquanto Di Cavalcanti seria um artista da Semana de Arte Moderna" ● O teatro de fantoches costuma se referir ao comportamento humano. A aparência dos bonecos, suas roupas e ações são quase sempre simbólicas. Os bonecos representam histórias ou fábulas que inspiram atos nobres nos espectadores ● O fantoche não articulado. Depois de ele sentir frio em Roma, classificou o aquecimento global como "uma invenção puramente marxista". Um fantoche manipulado por outro, continua defendendo o item mais polêmico de todo seu pacote anticrime, como o excludente de ilicitude que poderia livrar de punição agentes que cometessem excessos sob escusável medo, surpresa ou violenta emoção. O marechal Goering disse certa vez esta frase: "Quando ouço a palavra cultura, puxo o revólver". O fantoche chefe age da mesma maneira e, ainda por cima, ensina criança a simular arma com a mão. Por fim, o fantoche defeituoso. Tem dificuldade de entender os outros e de se fazer entender. Em uma ocasião, usou chocolates para explicar cortes de verbas nas universidades. O fantoche disse também que vai atrás da "zebra mais gorda" (os salários de professores nas universidades federais) ● Daqui, para onde vamos? John Cage
Capa Fantoches da Meia Noite, Emiliano Di Cavalcanti. São Paulo, Monteiro Lobato & Cia. Editores, 1921 (Paulo Herkenhoff, Biblioteca Nacional: a história de uma coleção, fotografia © Pedro Oswaldo Cruz, Editora Salamandra, 1996) / Montagem de fotos sobrepostas à reproduções de fantoches de mão do artista Paul Klee, 1920-1925 (Puppen, puppets, marionettes, Editions Galerie Suisse de Paris, Bern, 1979)