quinta-feira, 5 de dezembro de 2019
O tempo rodou num instante
Mais de cem cartazes de filmes brasileiros são retirados das paredes da Agência Nacional do Cinema (Ancine). Dados sobre os longas também não estão mais disponíveis no site da agência (GaúchaZH) ● Tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu a gente estancou de repente ou foi o mundo então que cresceu a gente quer ter voz ativa no nosso destino mandar mas eis que chega a roda-viva e carrega o destino pra lá roda mundo, roda-gigante rodamoinho, roda pião o tempo rodou num instante nas voltas do meu coração a gente vai contra a corrente até não poder resistir na volta do barco é que sente o quanto deixou de cumprir faz tempo que a gente cultiva a mais linda roseira que há mas eis que chega a roda-viva e carrega a roseira pra lá roda mundo, roda-gigante rodamoinho, roda pião o tempo rodou num instante nas voltas do meu coração a roda da saia, a mulata não quer mais rodar, não senhor não posso fazer serenata a roda de samba acabou a gente toma a iniciativa viola na rua, a cantar mas eis que chega a roda-viva e carrega a viola pra lá roda mundo, roda-gigante rodamoinho, roda pião o tempo rodou num instante nas voltas do meu coração o samba, a viola, a roseira um dia a fogueira queimou foi tudo ilusão passageira que a brisa primeira levou no peito a saudade cativa faz força pro tempo parar mas eis que chega a roda-viva e carrega a saudade pra lá roda mundo, roda-gigante rodamoinho, roda pião o tempo rodou num instante nas voltas do meu coração. (Canção Roda viva, 1967, de Chico Buarque)
Cartazes: O bravo guerreiro, 1969, direção Gustavo Dahl, design © Rubens Gerchman / Brasil verdade, 1968, Paulo Gil Soares, Capovilla, Geraldo Sarno e Gimenez dirigiram, design © Fernando Lemos / O anjo nasceu, 1969, direção Júlio Bressane, design © Thereza Simões / Marighella, direção Wagner Moura, 2019, Fotografia © Bob Wolfenson, filme boicotado pelo governo autoritário, incompetente, fascista.